Introspecto
No auge eclético nadir
Busco a chama inalcançada
Sob os lixos da calçada
Saltam versos a fluir,
Nos braços de quase nada
Quase tudo a passear,
Deja vu, exala ares d’outrora
Réles bardo empoeirado
À nado, esbanja seu caviar,
Em ato falho, pelo mundo afora,
Sente amar e ser amado
Altruisticamente... amor,
Aos poucos esvaindo,
E se doa, se dá, agindo,
E , aos poucos, perde a cor,
Eis que renasce a vontade
Um amante, ator, sonhador,
Dentro d’alma mora uma cidade
Aberta a amar sem dor,
Livre de ego, sem flor, nem hora
Não há nela voz ou ponteiro
A martelar ou por penhora
Boêmio universo inteiro
Sem roupa,imóvel ou dinheiro
Uma espécie de felicidade
Singular, intempestiva,
É luz... pelas ruas... mocidade
Feito asas numa nuvem viva...
(Niedson Medeiros, 16 de fevereiro de 2013)