Relógio Vento
Minha face na janela
Mirava os movimentos dela,
E o vento que me ventaria,
Por todos esses anos, me estapearia, ventava e não percebia.
Quais tantos lugares que pisavam a sua sola,
Sábios aqueles coitados que te via e pediam esmolas.
O asfalto dos seus pés que andara,
Chovia interrogações vazias, após as esquinas quando eu já não olharas.
Na via,
Me perguntaria,
Angustiaria,
Quando da linha da rua, se perderia.
Intencionalmente desperdiçava perfumes,
No vento, no ar, como queria ser vaga lume,
Te captar e me prover luz incandescente,
Andas tão distante, ando com outros relógios, pois já não sou mais adolescente.