Oração ao Avô Paulo
Que as palavras tropecem
na ponta da minha língua
E se desfaçam pelo ar,
enquanto caço à noite um pulsar
Procuro algo ainda incerto
Capaz de te trazer de volta
Cansei de tanta derrota
e essa noite eu quis voar...
Que seus passos cansados
não desfaçam as memórias
daquelas nossas horas
que me ensinaste a brincar
Que as histórias contadas
fiquem vivas por agora
como provas de que um dia
serei eu que as vou contar
Pois é tua força enraizada
desde a infância até a fuga
No terno abrigo que teus braços
jamais negaram ofertar
E é em paz que eu te digo
Viva o que houver pra ser vivido
O que restar é merecido:
Por sua causa eu sei sonhar.