Nostalgia
Nos tempos de mocidade
Eu vivia lá na roça
Plantava e colhia os frutos
Com coragem e seriedade
Sempre ouvindo boa música
Sertaneja de verdade
Falando da vida no campo
Sem malícia ou sacanagem
O violeiro no repique
Com seus versos encantava
Ouvindo com atenção
O povo se emocionava
Tião Carreiro dedilhava
As cordas de sua viola
E o Pardinho seu fiel
Completava sua trova
Falava do boiadeiro
Cruzando todo o sertão
Outras vezes do roceiro
Que por este chão brasileiro
Transforma semente em pão
Nos domingos era festa
O Boldrin contando causos
E a Inezita colhendo aplausos
Por cantar lindas serestas
O franguinho preparado
Com todo o amor da mãe
A mesa farta e diversa
Nos dando satisfação
O pai anuncia a hora
De fazer a oração
Comam bem filhos amados
Hoje é dia de união
Que saudade eu sinto agora
Da paz e tranquilidade
Lá não existia luxo
Nem ganancia por riqueza
E todos eram felizes
Pode ter esta certeza
As crianças livres brincando
Correndo lá pelos campos
Nadando naqueles riachos
Batendo bola ou pescando
Sempre tinham ocupação
Tarefas a realizar
Mantinham a mente ocupada
Sem tempo pra praticar
Desvio de sua conduta
O pai mantinha o controle
Trazendo na rédea curta
Hoje vivo só de lembranças
Da minha saudosa infância
E dos singulares momentos
Que jamais hão de voltar