Poemeto de Abandono
Eu sou menos do que era,
Sou menos do que eu queria.
Sou mais com ela,
Mais cheio de alegria.
Já não vejo a primavera,
Primar como antes eu a via.
Nem se abrindo a janela,
E ter a brisa que me sentia.
O desatino que me atropela,
Se faz em rebeldia.
É tão triste estar sem ela,
Estar só, assim como eu temia.
Seu abandono foi como chama de vela,
Que me queimava e pouco sentia.
Arde mais sem ela,
Do que antes, quando a via.
Arde ainda mais sem ela,
Ao lembrar do que a gente vivia.
Já não é mais ardência singela,
É fogo que me abrasa a alma.
Já não vivo assim como era,
Sem meu sol, minha lua, minha calma.