Vai estrela! Se oculta de novo!
Deixa-me neste profundo sufoco
Quando brilhava era tudo para mim
Eu dormia sorrindo coberta de cetim
Vai estrela! Brilha em outro céu!
Nem se incomoda; eu vou assim ao léu
Quando proseava comigo tudo tinha razão
Hoje longe, nem sente que arrasou um coração
Vai estrela! Esconde de mim o seu ar!
Você me fez saber que eu ainda sei amar
Quando surgia o meu intimo fazia a maior festa
Hoje já me esqueceu; é só a saudade que me resta
Vai estrela! Para o lugar que ninguém te vê!
Ainda assim nunca menospreze que eu amo você
Quando pressentia o teu calor eu sabia que era amor
Hoje sem a sua existência a natureza perdeu toda a cor
Vai estrela! Eu fiquei sozinha no templo!
E mesmo no abandono eu sigo o teu exemplo
Quando me mostrava o teu horizonte eu era feliz
Hoje a felicidade é uma flor que foi arrancada pela raiz
Que saudade estrela! Onde foi que eu errei?
Posso morrer agora; porque um dia te encontrei
Quando me dizia coisas lindas era o que eu queria ouvir
Retorna numa tarde de primavera e faz a minha vida sorrir!
Janete Sales Dany
Poesia Registrada na Biblioteca Nacional
Poesia Registrada na Biblioteca Nacional