Maldita Saudade...

Ela me aparece sorrateira e me castiga.

É bem violenta, me corrói e me mastiga.

Ela é opressiva, domadora e causa intriga.

Ela é a ausência de quem minh'alma precisa.

Com uma extrema força me aperta o peito.

Ela judia. Me Vela. Me põe no leito.

Tudo que sei é que ela me pegou de jeito.

Selou em mim um nó que não pode ser desfeito.

Ela causa efeito. Gela, que despeito!

Ela é sofrida. Endoida qualquer sujeito.

Perante ela não tenho qualquer direito.

Ela me tira o prumo e o respeito.

Ela é passagem de volta antes mesmo da ida.

É mensagem não lida, a ligação perdida.

É dor insuportável que não pode ser vencida.

É lágrima que que rola após cada despedida.

É bonita na teoria, mas na prática é diferente.

É a razão e emoção lutando em minha mente.

É aflição que me machuca mui severamente.

É a certeza que o amor está onipresente.

Saudade, ela é a fera que devora.

Quem me dera poder eu matá-la agora.

Mas reconheço que ela é nobre Senhora,

Que dentro de meu peito reside e mora.

Só trago uma denúncia em tom de queixa:

Não aguento mais sentir

Essa maldita saudade que não me deixa...