Saudades De Minha Infância
Ah! Quanta saudade!
Quantas travessuras, peraltices,
Quantas peripécias e tolices
De uma vida em liberdade!
Aos meus olhos, tudo era lindo.
Era sonho, era encanto.
Não havia dor, nem pranto,
Só a inocência a pairar, sorrindo.
Uma bronca, um xingamento
Sempre havia para abalar.
Mas logo, em alguns momentos,
Sequer dava para lembrar.
Cada cor, cada matiz
Era único e intenso.
Era eu, sempre propenso
A ser um ser sempre feliz.
A inocência era cortina
Impedindo a luz do mal
De iluminar meus pensamentos
De menino angelical.
Onde anda esta cortina?
Rompeu-se em mil pedaços?
Neste mundo de injustiças
Perdeu pra sempre o seu espaço.
Infância querida!
Por que não és de todo eterna?
Por que se vai com as primaveras
Para uma ilha desconhecida?
Hoje a mim, cabe lembrar
Deste tempo de alegrias.
Fui feliz naqueles dias
Que não mais irão voltar.