INFINITA FINITUDE
A indiferença me mata
E a falta de iniciativa me prende
Fico morto e preso
Lembrança regada a cada dia
Faz permanecer viva a felicidade
Dotada da transparência de algo que não mais existe
Um fantasma assombrando meus dias e noites tranquilos
Sim, pois a bagunça está em mim e não no mundo
Fugindo do Parnaso eu versejo
Versejo enquanto ainda me enxergo
Na enevoada visão da consciência
Eu pulo em rochas em meio ao rio de lava
Na finitude de tudo que existe
Enfrento o fim como se fosse novidade
Em meio a tantos outros esse foi significativo
Pois não me deixa continuar vendo outras coisas terminarem
Ou então começar outros caminhos a outros fins
Era um alto muro escondendo um oásis de mistérios, acessível
Hoje, um fosso vazio, sem balde, sem corda, sem água
Mostrando que algumas coisas só podem ser conhecidas por um curto período
Porque depois se perdem na infinitude de fins
E fico assim, me terminando em parcelas, por agora ou para sempre
Quem dirá?