INFINITA FINITUDE

A indiferença me mata

E a falta de iniciativa me prende

Fico morto e preso

Lembrança regada a cada dia

Faz permanecer viva a felicidade

Dotada da transparência de algo que não mais existe

Um fantasma assombrando meus dias e noites tranquilos

Sim, pois a bagunça está em mim e não no mundo

Fugindo do Parnaso eu versejo

Versejo enquanto ainda me enxergo

Na enevoada visão da consciência

Eu pulo em rochas em meio ao rio de lava

Na finitude de tudo que existe

Enfrento o fim como se fosse novidade

Em meio a tantos outros esse foi significativo

Pois não me deixa continuar vendo outras coisas terminarem

Ou então começar outros caminhos a outros fins

Era um alto muro escondendo um oásis de mistérios, acessível

Hoje, um fosso vazio, sem balde, sem corda, sem água

Mostrando que algumas coisas só podem ser conhecidas por um curto período

Porque depois se perdem na infinitude de fins

E fico assim, me terminando em parcelas, por agora ou para sempre

Quem dirá?

Deperiret Sonus
Enviado por Deperiret Sonus em 26/12/2013
Reeditado em 26/12/2013
Código do texto: T4626375
Classificação de conteúdo: seguro