No silêncio do meu peito

Ouvindo Janis Joplin,

Decidi andar sozinho

Para tentar te esquecer

Coloquei uma mochila nas costas

Com as coisas necessárias para sobreviver,

Pelo menos essa noite...

Dentro dela uma carteira de cigarros,

Uma garrafa de vinho pela metade

Esquecida pela última embriaguez,

Um caderno e um lápis qualquer.

Para poder escrever qualquer coisa,

Coisas que eu não sei se é possível

Pois, como é possível andar só,

Se pronuncio a sua companhia

Para essa solidão solitária que agora,

Anda de mãos dadas comigo.

E ela traga as minhas perguntas

E assopra as suas respostas

Me jogando na cara um passado inteiro...

Me assusto e fecho os olhos,

E quando os abro

As suas respostas foram navegando

Em qualquer horizonte

E outra vez me esqueço que sou um egoísta.

Já que até nos momentos mais só,

Sussurro para essa solidão que se desfaz sozinha.

Basta você estar comigo...

Pego o lápis e o caderno que está em minha mochila

E começo a escrever assim:

“ Olhando para cima!

Gritei para não ficar em silêncio,

Pois, no silêncio do meu peito

Contem um grito entalado!

Engasgado, sufocado, tragado...

Como as dúvidas de uma solidão.

Pois, acima de nós estão as estrelas

Que viraram luzes da cidade

Na verdade, tudo gira!

Algumas estrelas até caem,

As outras se modifica, se distancia...

E me faz acreditar que o meu mundo,

Já não gira em torno do seu.

Mas, agora todo mundo gira.

Ainda mais quando o vinho acaba!

Sim! Sou um poeta bêbado.”