FIM DE TARDE
Odir Milanez
O mar está condicionado
a ser umbroso e frio.
A tristeza é palpável.
Dá para senti-la de atalaia
entre as dunas da praia,
sob as sombras da luz,
nas lamúrias da preamar,
no abraço da noite ao dia que se vai,
nos sinais de vidas vagantes
cortando o infinito
com o lume dos mastros
da cor de alabastro,
em triste cortejo à tarde que morre
de frio e de medo, tão cedo e tão só,
como soem, a sós, os sonhos meus.
Só falta agora ouvir, do meu passado,
a brônzea voz dos sinos, em dobrados,
o lamento de cães abandonados
e o meu pranto chorando o teu adeus...
JPessoa/PB
09.12.2013
oklima
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Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos vagos...