CHORORÔ DE SAUDADE
Coisa mais triste quando um amor vai-se embora
Nem se despede, deixa a gente chororô.
O cabra murcha, fica seco, igual fulô,
De tão perdido nem se lembra a donde mora.
Se na vitrola se escuta uma cantiga,
Uma seresta, que mexe c’o coração
Saudade chega queimando que nem urtiga
E a dor no peito corta mais do que facão.
Quando o sol nasce, nasce de novo a saudade
O vento traz o cheiro do bem-querer
A chuva lava o chão, mas na verdade
É como lágrima que não lava o seu sofrer...
Saudade dói tanto que penso em dizer
Que é a maior das maiores crueldades.