O DIÁLOGO DAS FLORES

Amanhece, o clarão da luz do dia entra pela

fresta da janela. Lá fora as flores do jardim,

começam a se abrir para o dia que se inicia...

Tímidas e silenciosas, cochicham entre si sobre

como a lua estava bela na noite que passou

e como o orvalho as acariciou durante o sono...

Estavam felizes, mas se perguntavam; porque

está tão triste a moça por trás daquela janela?

sabia-se que ela tinha perdido um amor...

Mas diziam: Como ela perdeu o que nunca teve?

A Rosa olha o Cravo ao seu lado e pensa; mesmo

que eu não o tenho, ele sempre estará por aqui...

O Jasmim, como se lesse o que ela pensou, lhe

diz: Não se iluda Rosa, alguém pode arrancá-lo,

e ela respondeu: A moça triste não deixaria,

afinal somos suas flores favoritas...

Ela até nos presenteou com um poema:

“A Rosa e o Cravo”.

O Girassol ao longe gritou:

Rosa atrevida, ela nos ama igualmente

temos que nos unirmos para alegrar o seu dia...

O Cravo, até então calado em seu canto, decidiu

intervir dizendo: quando ela vir até nós, exalaremos

perfumes ao seu redor.

A Dama da Noite, por motivos óbvios preferiu

não se envolver...

E o Cravo continuou: Que venham os pássaros

cantando uma canção, borboletas decorando

o clarão da natureza, com delicados tons, como

fadas brilhantes pintadas em telas...

A moça triste, se aproxima, ao ver o jardim

tão lindo, um leve sorriso se abre em seu rosto...

Ela senta na relva úmida pelo orvalho da manhã

Fica absorta em seus pensamentos admirando

tudo em silêncio...

Naquela paz interior pensa: Amanhã é outro dia

vou deixar essa tristeza no ontem e viver o hoje

e quem sabe serei feliz no amanhã.