Ainda Sinto Saudade
Reencontrando a poesia
E com ela, a raiva e a dúvida
Por não saber o que quero, por que quero e onde está
E por estar escrevendo retomando a inconsciência
Acho que Deus coloca a caneta e o teclado em minhas mãos em outros momentos
Justamente para parir textos diferentes
O ruim é que não saem como eu realmente queria
Pois assuntos adjacentes, como esse, invadem meus temas principais
Voltando ao foco, que eu, por sinal, não me lembro bem como expressá-lo
O ruim é procurar sentimentos antigos para me re-expressar
Lamento não lembrar a trilha sonora da época que a gente “conversava”
Afinal, a música sempre fora alicerce principal de minhas poesias
O lado mágico da música é que ela tem o poder de trazer de volta
Toda saudade e todos os sentimentos passados
E é nessa hora que as lágrimas chegam
E novas visões vão se construindo dentro de nós
O que me revolta também é, justamente, os temas e as músicas
Em determinados momentos me irrito olhando textos passados
Músicas, momentos, temas...
Mais músicas, outros momentos... E os mesmos temas
O que foi o que aconteceu com você
O que me fazia (deveria ser “faz”) lembrar de você e expor pra mim o que brotava
O que me fazia lembrar você e lembrar que queria te der
Meu medo é encarar um mundo pensando estar em outro... Ou querendo estar
E passar minhas noites de insônia sabendo que você ainda estava ali
E entre milhões de imagens que me vêm à cabeça no travesseiro
Me dá raiva em pensar que você está em muitas delas
Mesmo depois de tanto tempo
E já estando em outro mundo
Desprezando passado ou presente
Ainda me pergunto: onde está você?
E lembrando do cinza que ficava sem sua presença
Do frio que ainda sinto pensando em te encontrar
Querendo te encontrar sem saber o que dizer
Sem saber por que não falei antes
Sem saber o que aconteceria se tivesse falado
Como eu estaria hoje
Já que li nenhuma notícia sua depois daquela viajem azul
Que ainda tenho em minha mente perguntando por que você sumiu...