LAMÚRIAS E SOLIDÃO
Lúgubre e lento eu caminho
Por entre valas que me assolam em pesar...
Firo-me no fio do espinho
Ante a tua póstuma face a me admirar.
Prossigo por entre jazigos
A procurar-te em tua sempiterna morada...
São só meus estes castigos
Desde que tu partires, ó, saudosa amada.
Vago em vácuo noturno,
No ébano de minha solidão a te buscar
Entre caos deste soturno
Do pranto que se faz na pétala a tombar.
Debruço-me na tua lousa,
Onde escrevera meus versos amorosos...
Tais vãos em que repousa,
Na tua ausência, rimam-se tão chorosos.
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"Se eu morrer não chore, não...
... É só poesia..."
(Lô Borges)
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Giovanni Pelluzzi
São João Del Rei, 02 de novembro de 2013.