Poema Arbitrário

Disseste teu nome com a boca salgada pelas lágrimas,

Olhos exibindo desencanto,

O rosto machucado pela expressão de saudade.

Mas lá no fundo o peito inflando,

Clamando, suspirando, sentindo,

Resistindo à invasão da calmaria.

A cabeça no travesseiro relembrando,

As flores, jantares, velas,

Corpos rolando no jardim,

Abraços e beijos partidos.

O calor inflamando a pele,

E a eternidade cabe toda em alguns segundos,

São segundos e momentos com sabor de suor,

As mãos se fundem entre os lençóis no final.

Eis que surge a bela maldita,

Envenenando os corações puros,

Arrebatando a alma dos amantes.

Disseste teu nome com a boca amarga,

Os olhos descarregando os raios entre nuvens negras,

Com todas as forças, resistindo com todas as forças,

Ao sentimento menos nobre.

As nuvens com seu branco virginal aparecendo no horizonte,

E olhos que derramavam lágrimas salgadas,

Agora estão enxergando a nitidez do mundo,

O rosto machucado pela expressão de saudade,

Agora floresce diante da terra

E seguindo as linhas de seu destino,

Sucumbe novamente ao sentimento mais nobre e arbitrário que existe.

Danielle Meniche
Enviado por Danielle Meniche em 31/10/2013
Código do texto: T4550043
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