café contigo

vermelho na terra roxa do quintal

tu o colhias, galho a galho

como se fossem milhões de pés

com tuas mãos azuis, calejadas

em um ritual de esperança e fé

depois o deixavas dias secando

ali mesmo, sobre a alva calçada

de manhã os espalhavas co' a enxada

já secos, extraías os grãos no pilão

teu suor sagrado pingava

em gotas de pura emoção

logo o torravas no torrador

com lenha colhida no quintal

o cheiro penetrava-me as narinas

e toda vizinhança de Londrinas

depois de esfriado só um cadinho

era hora de usar o velho moinho

minutos depois já estava no coador

aroma da felicidade

do verdadeiro amor o sabor

doce e adorado velho "Dega"

que bodega!

hoje todo café cheira saudade.

Benvinda Palma

Bemtevi
Enviado por Bemtevi em 25/10/2013
Reeditado em 25/10/2013
Código do texto: T4541188
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