A MORTE PASSOU POR MIM
A morte passou por mim
Quando minha mãe se partiu
E deixou alguém que sentiu
Com dores de te ver partir a fio.
E a partida foi bem triste
De partir partindo docemente
E no entanto a mãe que ainda existe.
E eu até gostava que ela não se partisse
Deus me levou. Porque eu amava tanto
Mas com saudades e com desencanto
Vou chorando silenciosamente (Alice).
Partir tudo acontece…
Mas a mãe não partirá jamais
porque a mãe a gente não esquece
E no entanto ela não estava a mais.
Eu que não faço falta a ninguém
Continuo a viver sofrendo
Porque eu não sou alguém
E eu devia ir perecendo-o.
Existe e há-de continuar a existir
Na lembrança na memória
De cada fillho. É preciso resistir
As agruras da vida. O tempo fica na História,
E o meu pobre pai é tão infeliz
e doente. Porque perdeu a sua amada
Que já não voltará a ver mais
Que era a doce mãe sempre adorada.
Ela não vive em corpo na vida
Mas n’alma de todos nós
No entanto foi e é a minha querida
E em cada momento há-de ter voz.
Ela foi uma grande senhora
que poucas se igualam a ela
Mas é preciso compreender agora
Que a Minha mãe foi e é muito bela.
Mãe há só uma na vida
E é melhor mãe do mundo
para mim ela sempre foi a preferida
Onde o meu sonho é profundo.
A morte passou por mim
Quando a minha mãe se partiu
E deixou alguém que sentiu
Com dores de a ver partir a fio.
EDITADO E PUBLICADO NO LIVRO A LUTA E A ESPERANÇA EM 1988
TIRAGEM 250 EXEMPLARES
LUÍS COSTA
29 de Março de 2006