ELO PERDIDO
Partiu como partem os inconstantes
Em busca de um nada que tentou guardar.
E a sonda que irrigava nosso sangue
Voltou vazia sem calor a transportar.
A noite perpassou a união de outrora
E o claro do dia sem piedade a desuniu
A saudade explodiu no coração que chora
A lamentar o elo que existiu.
Se hoje volta a reviver novos amores,
A solidão rebusca o riso e murcha flor
No orvalho triste das manhãs
Cheias de ardores desponta tênue chama
Que explodiu.
Revoltos sonhos, místicas verdades,
Fulgor de luz que ao projetar se encanta
Rever no tempo o elo ora partido,
Esboça no pranto um sonho reprimido
Das noites claras que ficou só na lembrança.