Saudade conta...

(...) a madrugada, e eu,

numa insônia amarga

ouve-me conversando

com a saudade, contando

dias como fossem anos;

poética melancolia, veste a

nudez da minha agonia;

raios dourados de esperança

contornando e soletrando

alegria, sem cansar a

impaciência na inquietude

que ilude a ansiedade;

na verdade, lágrimas grossas

escorrem em versos no

universo e reverso dos

versos que faço pra você;

beijo teu rosto, sei teu gosto

e sinto teu coração pulsando

forte junto ao meu sem nunca

deixar de te esperar por amar

demais e, no colchão da emoção

minh'alma faz dormir, junto a nós.

Marisa de Medeiros