Senhora Menina

Hoje bateu tao forte uma saudade.

Senti um bocejar maroto do passado.

Lembrei das lágrimas contidas de “O bom rapaz”

Das belas madrugadas das serenatas.

Lembrei e ouvi minha mãe nos chamando

Estava na hora de irmos para à Escola.

Meu pai na praia em suas pescarias,

Nas férias íamos para lá ouvir o som das ondas

E as dunas brancas em formas com magias.

Eu e meus irmãos com gravetos na branca areia

Construíamos inventos mil até o anoitecer.

Construíamos os mais belos sonhos inocentes,

Era a mais tenra e bela forma de viver.

O Universo estava ali em nossas mãos e mentes,

Pequenas conchas davam a impressão que os sonhos

De vez enquanto nós íamos rolando para baixo,

Deslizando na alva areia alta e companheira.

Nós meninas fazíamos coleções de vestidinhos,

Enquanto isso os meninos desenhavam pião e cavalos marinhos.

Sempre um gênero imitando sua vertente

E copiando a rotina de nossos pais com inspiração ilimitada.

Tempos coloridos de pura magia e inocência!

Hoje após tantos anos eu da varanda relembro;

Olho no Céu floquinhos de algodão doce

Monto também mirabolantes sonhos

De uma redinha contemplando às densas nuvens.

Com o coração acelerado e olhar marejado,

Sinto o roçar de uma brisa doce e suave do passado. Quantas lembranças guardo na memória

De um tempo mágico e um porvir risonho,

Parece agora vivo esses doces momentos.

O anoitecer tinha o brilho do amanhecer

E o brilho de uma estrela reluzia nosso viver.

Nostalgia misturada as lágrimas dos sonhos de criança cheiro do meu Ceará.

Como era simples e bela nossa aurora!

Quando mocinhos a mente saía do eixo,

E nossas bocas desejavam o sabor de um beijo.

Entre sussurros já em confidências uns aos outros,

O peito saltava querendo experimentar um beijo.

E os vestidinhos de organza encatava os doces mancebos,

Passando o anel nas mãos daquele menino,

E o coração voava e ressoava um hino.

Hoje vivemos a faze adulta que machuca,

Mas vem com o amor as dores tem sabores,

E vou sonhando amando se não mais que antes.

Das duras marcas esqueço e sigo tão sonhadora,

Sonho acordada feito Mãe Menina.

Goretti Albuquerque