A DESCONHECIDA
Roberto Mateus Pereira
23/08/2013


Recordar da tua a ingenuidade
Do teu sorriso criança,
Levou-me a deliciosas lembranças
De um passado não muito distante...
Eu afagava teus cabelos, enquanto a brisa do mar
Roçava tua pele alva, de mulher-criança...
Saudade!
Neste dia nos amamos com uma intensidade tão grande,
Que nossos corpos, exaustos, adormeceram na relva macia,
Recebendo as últimas gotas de luz,
De um sol que também adormecia...
Anoitecia
E nós caminhávamos abraçados,
Alheios a tudo, apaixonados,
Tendo como cúmplice o luar
E o barulho das águas do mar...
Teu olhar distante, inebriante,
Ensaiava o momento do adeus...
A cada passo, sentia o coração do mundo pulsar,
Descontrolado e indomável...
Não foi surpresa a despedida,
Tua presença já era saudade, mesmo antes da partida..
Os anos se passaram e hoje, passado e presente
Estão lado a lado como antigamente...
Não houve a festa esperada
E tampouco o sorriso da mulher amada...
Como fumaça jogada ao vento,
Lá estava eu, como antes,
Colhendo as migalhas dos meus pensamentos...
Doce ilusão de um sonho que já morreu,
Nas fantasias de um final de tarde de verão...
Restaram apenas as lembranças,
Minhas lembranças,
Porque de ti, nada sei... Acabou!
Acabou junto com a partida,
Restando apenas a saudade
De uma ilustre desconhecida!!!
Escritor Paulista
Enviado por Escritor Paulista em 23/08/2013
Código do texto: T4448214
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