cabo orange
do alto extremo d’um instante vibrante
milhas varridas adiante
afrontadas do cabo panorâmico;
meus piscos de olhos fulminantes
sob pés esbraveja “marabaixo”
ribombando tambores pagãos
águas ‘retorcentes’
erguendo toalhas brancas
a cada rodopio de ondas
caribenhas em saias azuis
lindo precipício sacolejante
triturando ossos perpendiculares
sustentáculo chacoalhado
no batucar do coração
meus cabelos são pássaros
enxotados por brabas mãos
do vento
tudo subestima sentimentos
tormentos que me partem ao meio
na fúria trepidante dos pensamentos
arroxeando me a face
entalhando vácuo extenso
sobra trilha de tufos brancos
contrastante no azul
instigando me a segui-la...
seguiria se estivesses lá
nos palmos de milhas adiante deste olhar
arqueando se em rio
meandrando se até (a)mar
... e meu peito já aberto
mostraria profundezas de mar
só pra desaguares neste aquário de saudade.