PORTEIRA FECHADA

Ao deixar a fazenda

Com meus olhos molhados

Beijei minhas flores

Beijei o meu cão.

Toquei minha roseira

Com a ponta dos dedos

Também a palmeira

Em frente ao galpão.

Enchi o açude

Com a água dos olhos

Que qual cachoeira

Banhava-me então.

O meu orquidário

Florido e cheiroso

Morada dos Anjos

E do meu coração.

As árvores plantadas

Trepadeiras miúdas

exalando perfumes

Na sua estação.

As borboletas e os beija-flores

Traziam o o arco-íris

Para a minha visão.

Minha vaca deitada

No terreiro da sala

E eu com a mala

Segura na mão.

A maritaca na sua gaiola

me olhando gritava

Estridente canção.

A porteira eu abri

Encostou na Acácia

Suas flores amarelas

Caíram no chão.

Fechei a porteira

E também os meus olhos

Deixando pra trás só recordação!

Tina Oliver
Enviado por Tina Oliver em 20/08/2013
Reeditado em 17/06/2020
Código do texto: T4442839
Classificação de conteúdo: seguro