PORTEIRA FECHADA
Ao deixar a fazenda
Com meus olhos molhados
Beijei minhas flores
Beijei o meu cão.
Toquei minha roseira
Com a ponta dos dedos
Também a palmeira
Em frente ao galpão.
Enchi o açude
Com a água dos olhos
Que qual cachoeira
Banhava-me então.
O meu orquidário
Florido e cheiroso
Morada dos Anjos
E do meu coração.
As árvores plantadas
Trepadeiras miúdas
exalando perfumes
Na sua estação.
As borboletas e os beija-flores
Traziam o o arco-íris
Para a minha visão.
Minha vaca deitada
No terreiro da sala
E eu com a mala
Segura na mão.
A maritaca na sua gaiola
me olhando gritava
Estridente canção.
A porteira eu abri
Encostou na Acácia
Suas flores amarelas
Caíram no chão.
Fechei a porteira
E também os meus olhos
Deixando pra trás só recordação!