Inversão
Pergunto-me porque voltei naquela casa?
Simplesmente cheguei
Silencioso e só.
Restos de brinquedos pelo chão...
Prenderam minha atenção
Ainda no quintal.
A casa da arvore a minha esquerda
Revelava o abandono,
A solidão.
Estava tendendo a desabar.
A arvore já não sustentava mais seu peso.
Talvez pelo casamento da velha idade
Com o peso das recordações de tudo que ocorreu ali.
Mas a madeira da velha casinha
Ainda reluzia,
Apesar do tempo exposta ao tempo.
Ao adentrar a casa da direita pela porta principal,
A emoção tomou conta de mim.
Com passos vagarosos, cheguei até o sofá.
As recordações do ocorrido me fizeram chorar.
Quanto doía ter perdido aquelas pessoas...
Um toque no meu ombro me trouxe certo alento.
Ainda com o semblante de choro
Fui abrindo meus olhos.
Acordei de um sono raso.
As pessoas que perdi
Na verdade estão aqui
E quem me consolava
Ainda vive dentro de mim.
E ainda me dói pensar
Que outros vivem o que vivi...
Que outros viveram o que vivi...
Partir é um jeito estranho de ficar...
Mas me resta fôlego...
Novos ânimos... Mais pessoas...