O Tempo e o Vento
Estava sentado
Com os olhos perdidos no infinito,
O vento soprava devagar.
Eu usava um casaco surrado, que se movia
Como as águas da lagôa.
O relógio corria
Mas a mente ainda atôa
Vagava no horizonte.
O mundo gira
A árvore cresce
A gente padesce
O relógio dispara
Já é outro dia
O sol se aclara
A lua aparece
A noite já desce.
Assim é o tempo, o tempo, o sol, a água e o vento.
Tudo vira, se meche.
E o mundo que gira e a gente padesce.
Parece mentira que aquela menina, que ontem,
De tranças no jardim a brincar
. . . Corria, corria de tranças, corria o tempo,
O tempo e o vento, às horas do dia . . .
Marcaram no espaço, a saudade que vinha.
Morreu a menina, o cachorro, o açougueiro.
De que serve dinheiro ? Sem felicidade.
Me deu saudades, saudades que o tempo,
O tempo e o vento não conseguem apagar !
2007/04/09