Mil Vezes
I
Eu te deixo ir mil vezes,
e ainda concedo o tempo de meses,
até dos que seriam meu luto
por não teres me dado nem um minuto
pra apropriadamente dizer meus pêsames!
II
O acúmulo de zeros no número o faz maior,
mas o de ausências faz a saudade bem pior.
Então, não prolongue os parágrafos meus,
Não ponha mais zeros no número da dor
não aumente o adeus,
por favor
III
Só espero que os dedos que me apontas com revolta
sejam os mesmos a me chamarem de volta
quando o arrependimento bater à sua porta
IV
Diz que quer um tempo pra si,
some assim,
mas mal sabe que tua despedida me é infinita,
e são como idas e vindas sem final pra mim.
Há perdão por fazer alguém refém da tua decisão?
V
Talvez.
Te deixaria ir ainda mais mil vezes,
mesmo depois de tudo o que fez,
porque o melhor de te ver partindo
é poder ter o gostinho
de te ver voltando pela milésima primeira vez...
- O meu “Era Uma Vez” é, pela milésima vez, nada mais do que um “talvez” dependente de você.