E eu continuo a esperar-te!

O anoitecer desenhou dilúvios de lágrimas na minha janela

Eu adormecida... Espero–te simplesmente...

E o barulho dos trovões

quebrou essa sonolência... E nesse torpor

era como se me falasses de amor... esse amor

Cativo do tempo!

No silencio das noites que me aconchega...

No fundo das minhas entranhas, sem mistérios...

À vontade de amar-te!

O corpo que tanto te amou estremecia... E nas

tremulas memórias perdidas pelo quarto...a minha voz

Embargada... Prende o grito...

Liberto-me do destino

Sombras que vagueiam por todo o meu ser...

E o tempo passa numa monotonia amarga chamada:

Saudades... E eu continuo a esperar-te!