O Verbo da Saudade
Saudade é um tempo verbal
Que sempre conjugamos
Nas tardes quentes de verão
Em nossa profunda solidão
Ou quando o presente nos toca
Com sua pontiaguda visão
Ressuscita outro verbo
O baú de ossos
O arquivo de papelão
A inesquecível recordação
Que toca nos nervos da lembrança
E nos faz vislumbrar um filme
Morto
Mas que toca nosso ser
E nos faz reviver no presente
Um passado que não pode voltar
Sempre quando conjugo teu olhar
Tenho impressão que o amor existe
E que foi ontem
Mas ontem é quase agora
Faz pouco tempo
Poucas horas
Mas isto foi outrora
Num tempo em que a roseira
Floria no quintal
E que os sonetos
E as epístolas de amor
Eram medidos no fio de metal
E os acordes nas cordas de aço
Eram tocados com coração
E o amor era uma canção
Cantada debaixo da janela
Sem gelosia
Tempo em que a poesia
Era declarada declamada
Exclamada
Pra ela com versos de quase
Eternidade.
Luiz Alfredo - poesia
Saudade é um tempo verbal
Que sempre conjugamos
Nas tardes quentes de verão
Em nossa profunda solidão
Ou quando o presente nos toca
Com sua pontiaguda visão
Ressuscita outro verbo
O baú de ossos
O arquivo de papelão
A inesquecível recordação
Que toca nos nervos da lembrança
E nos faz vislumbrar um filme
Morto
Mas que toca nosso ser
E nos faz reviver no presente
Um passado que não pode voltar
Sempre quando conjugo teu olhar
Tenho impressão que o amor existe
E que foi ontem
Mas ontem é quase agora
Faz pouco tempo
Poucas horas
Mas isto foi outrora
Num tempo em que a roseira
Floria no quintal
E que os sonetos
E as epístolas de amor
Eram medidos no fio de metal
E os acordes nas cordas de aço
Eram tocados com coração
E o amor era uma canção
Cantada debaixo da janela
Sem gelosia
Tempo em que a poesia
Era declarada declamada
Exclamada
Pra ela com versos de quase
Eternidade.
Luiz Alfredo - poesia