UTOPIA
Que saudades vieram agora
Das pobres ruelas de chão
Do meu pequeno povoado
Minhalma lamenta e chora
Remoendo esta recordação
Ao Reviver o passado
Como dói meu coração
No silencio da noite escura
Sem radio nem televisão
Chicotinho queimada e ura
Nossa única diversão
Tornávamos meras figuras
Sem compromisso com o tempo
Sem rumo na escuridão.
Hoje saudade é o que restou
Desta bela fase da vida
Tributos que a mente guardou
Nossas brincadeiras preferidas
Neste memorial de lembranças
Elas no tempo, perdidas
Longínqua e histórica infância
Tornei-me um poço de nostalgia
Tento reviver o passado
Trocando a noite pelo dia
Sempre de olhos abertos
Estou a sonhar acordado
Com meus amigos diletos
Utopia do meu povoado.