lagrimas negras
LAGRIMAS NEGRAS
Um lugar que parecia perfeito e intocável,
Onde a vida não incomodava de forma alguma.
Pessoas humildes resediam ali,com sua rotina de zona rural,
As noites eram encantadoras e misteriosas e tudo tinha como testemunha a lua.
Nas idas a esse paraíso chamado “porto dos índios” em uma bicicleta,
Não precisava de mais nada do que alguns amigos e uma bebida ,para lá esquecer de tudo.
Já no recanto do mato ,no bigode amarelado do tio tatá que sempre nos esperava de porteira aberta,
De tudo saía ,historias, conversas ,risos e muita alegria ,ali tudo era permito e o respeito era base de tudo.
Com o passar do tempo as coisas foram mudando , meu recanto do mato ficou para atrás,
Não por esquecimento,mas pela falta de tempo, mas mesmo assim ainda conseguia escapar de serviço, e para lá me deslocar.
Esquecer problemas e angústias que me rodeavam ,e o tio tatá com seu jeito do mato ,sempre dizia “desistir é para os fracos ,para os melhores as respostas vem”
Chegava domingo dia de vir embora ,após o almoço ao despedir abraçava com meu carinho e dizia que em breve iria voltar.
Voltei, para o casório do filho do bigode amarelado, no meu rancho do mato,
Percebi que algo mudou ,e a sensação não era agradável ,pois meu bigode amarelado já se encontrava doente.
Daí para frente , meu rancho do mato perdeu a graça ,já não tinha mas quem me esperasse na porteira, e me fizesse rir de suas travessuras,
Logo que soube fui visitar , tarde demais ! ele já não estava mas lá .
Triste noticia chega aos meus ouvidos e espanca de forma cruel meu coração,
Pois não tinha perdido , só um bigode amarelado , um amigo, um tio,mas sim um guerreiro.
Naquele momento meus olhos se esforçam ,para não aceitar ,e derramam sobre minha face as lágimas negras,
Apartir daquele dia todo meu paraíso perde o sentido,ao ver aquela casa fechada um aperto me corroí o peito ,na certeza de que meu respeito faz com que eu jamais olhe para o rancho do mato sem que haja um olhar de lembranças do eterno bigode amarelado.