Eu e o banco


Quase todos os dias
já se passaram
Falta tão pouco
para eu ir embora
Olhar para frente
e ver o horizonte
logo ali
É saber que a minha tarefa
Aqui se cumpriu
Aqui onde estou
sou velhinho
Poucos cabelos brancos
ainda me restam
Rugas que insistem
Meu corpo
já tão inclinado
Pede para que este banco
Me seja fiel
Pois ele também
Muito cansado
Estes mesmos anos
Também os tem castigado
E hoje no abandono
Não temos mais a companhia das flores
Os homem deste meu tempo
Não esqueceram de viver
Simplesmente vivem
em outro lugar
Esqueceram desta praça
Esqueceram deste banco
Não mais plantam as flores aqui
Esqueceram de nós
E mesmo aqui
neste fim tão distante
Tenho minhas lembranças
Como força para viver
E este banco que tanto me suportou
E que me acompanhou
Por tão longa vida
Relembro a ele as minhas lembranças
Principalmente os momentos
em que não estive sobre ele
Dos meus trabalhos
Das viagens
Que fiz
E não fiz
Dos dias terrivelmente frios
Que foram saboreados
por debaixo de edredões
Aos doces goles de vinhos tintos
O crescimento de meus filhos
Os dias
E você
principalmente você
Que não esteve ao meu lado fisicamente
Mais que esteve em mim nas leituras
Nas palavras escritas que lhes mandei
Escritas não pensadas
mais sim pulsadas
Por um coração
Que sempre quis uma paixão
Que saudades de você
Este meu banco sob mim
Até sorri a me escutar
Nesta minha volta ao passado
Pois em toda a sua pós arvore
É a primeira vez que demonstra um sentimento
O da felicidades
Se agora aqui a minha hora chegar
Os levo comigo para o céu
Lá serei o seu banco
Sentaras sobre mim
E escutarei todas as sua estórias
E tenho certeza de que também
Haverás uma
de um grande amor
Mais se não for a minha hora
Historias minhas
Ele continuaras a escutar
Maquina do tempo
Que sei que do meu lado não estais
Me de a oportunidade
De dentro de ti entrar
E em um tempo voltar
Voltar a você mulher
Que tanto quis
Para um beijo
Um beijo rápido
Apenas dez anos a beijar
Sem nunca parar.