Chama-se... Amor...

Não sei bem onde andas...

Na verdade, não sei nem como te chamas...

Prefiro chamar-te de amor meu... eterno...

De luz que salta dos olhos meus nos meus momentos mais difíceis.

De sorrisos... mesmo quando não é tão fácil sorrir...

Mas muitos necessitam do nosso sorriso.

Sorrir... é um ato de compaixão tão belo...

E tu sorrias tanto... tanto...

Mesmo com os teus dias nem sempre fáceis...

Mesmo com o teu silêncio tão sábio...

Sorrias... e aliviavas tantas das dores nossas...

E a luz que emanava dos teus pequeninos olhos rasgados...

Da cor de mel... do doce sempre das tuas palavras...

Sorvo-as ainda... ecoam em meu peito...

Principalmente quando sinto que vou cair... desabar...

Chamem-me louca... mas sinto a tua mão a erguer-me sempre...

Com os teus exemplos dignos diante da vida.

Com a tua coragem de enfrentar o dia!

Com o teu desprendimento para os dias seguintes...

Sempre entregues a Deus com todo o Amor e Fé.

Dizem que os frutos sempre caem aos pés da árvore...

Não sei... não sei... sinto-me tão frágil...

Nem de longe a fortaleza do teu abraço.

Tampouco a candura do teu olhar diante do caos...

A tua semeadura foi tão breve...

Mas tão sólida no eco dos nossos corações...

Sinto saudades tuas...

Da tua mão levezinha e do teu abraço aconchego.

Do teu colo que eu sempre deitei...

Do chegar meu sem nem pedir-te... apenas cheguei... sempre.

Sei bem que te fiz chorar algumas vezes...

Mas saibas que se eu te fiz chorar...

Foi por causa dos becos estreitos que a vida nos impinge por vezes...

E nos pega assim... de "calças curtas"... desavisados...

Viver... é um estado contante de estar-se de "calças curtas"...

Para quem entrega-se à vida... e vive-a largamente...

Como eu... e não sei ser diferente... perdoa-me...

Mas o teu olhar... estrelas minhas do hoje...

Iluminam a escuridão que é ser eu.

Sou difícil e complexa... e às vezes não caibo no mundo.

Mas caibo em seu mundo... sempre coube...

Tu me acolhias e tu eras o meu mundo.

E nada perecia em mim... e levantava-me ainda mais forte.

Hoje... procuro desviar-me dos becos estreitos...

Eu já não tenho a tua mão a guiar-me...

Nem o teu abraço a acolher-me.

Mas trago em mim a certeza... de que em tudo estás...

Em tudo à minha volta... em mim.

Na minha maternidade e no abraço amigo que eu sei dar.

Aprendi-o contigo... e quando abraçamos a alguém...

Nós somos os acolhidos, de fato... no âmago do amor...

E não há nada que eu tenha aprendido contigo mais poderoso...

Do que o amor sem medidas.

Não trago a fita métrica do amor...

Nem a quero por perto...

Quero, como tu... amar desmedidamente!

E percorrer os meus becos escuros ainda...

Mas somente... e apenas... por amor.

E enquanto não sei eu por onde andas...

Desejo sentir-te... como sempre... como sempre...

Em todo o pouco que eu sou.

Assim... sinto-me inteira!

E te abraçarei... Sim! Te abraçarei!

Demorado... demorado...

E iremos voláteis visitar o universo... lua e estrelas!

E todos os mares...!

Tu amas o mar... eu sei...

E não haverá mais dores e nem desencantos...

E vamos colher juntas todas as flores que tu plantaste...

Nos canteiros arredios de mim.

Karla Mello

02 de Julho de 2013

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 02/07/2013
Reeditado em 02/07/2013
Código do texto: T4367725
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