Sobre O Que Nunca Falaram
Saudade, dilacerando o peito
Não acho direito sentir assim
tanta falta, tanto nada
Não cabe em mim esse vazio
Saudade, deixa descoberta a alma
Não há palavra que preencha o vão
Saudade, quase outro ser em mim
Saudade, dias e horas sem fim
Saudade, espaço que não preencho
Não importa se venta ou se chove
Não importa se é sol ou se é lua
Saudade que me toma o corpo
Que me faz sentir frio
E faz agonizar meu peito, órfão…
Saudade, angústia muda que grita
Que entope as artérias, palpita
Que acelera e apressa meu ser
Saudade, palavra tão única
Que define sentimento absurdo
E por ser imensurável não,
não (a)cabe apenas na palavra…
Saudade!