Fragmentum

Eu parada ali na penumbra da tarde.

Diante do mar, repleto de mil ondas

revoltas...

Revolvendo o fundo do oceano

as areias dormentes do passado.

Lembranças fragmentárias.

Meus sentimentos cíclicos e

paradoxais

estavam quarando ao sol poente.

Tons de vermelho mancham

o horizonte

fazendo uma linha fogo e fúria.

Um abismo quente e profundo

feito um corte.

Esperava mais dessa tarde.

Esperava mais dessas ondas.

Da brisa marinha que trouxe

notícias de longe.

Esperava que as notícias

me surpreendessem...

As palavras, os gestos,

a carência

no canto do olho,

no sorriso desconcertado...

a mão em cadinho

de carinho socado e

reticente.

Fiquei feliz.

Meus olhos viram em você.

a juventude que tive

e já se foi.

O enorme afeto

fragmentado em gestos

e silêncio.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 11/06/2013
Código do texto: T4336659
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