A dor da perda

Não sei como aconteceu, ou talvez saiba....

Aos poucos e ligeiramente o tempo foi levando você pra longe de mim

E eu não percebi a tempo, nós não nos demos conta disso, muito menos pude lutar contra ele...O tempo não perdoa!

E as crianças foram crescendo e aos poucos se distanciando

As brincadeiras foram deixadas para trás, e ligeiramente foram surgindo responsabilidades

Mal nos víamos, nos tornamos dois estranhos

O tempo consumiu nossas aventuras de criança, consumiu nos risos e sorrisos, levou consigo parte de nós, que nunca ao menos, tentamos reivindicar

E não sei como e nem porque o tempo decidiu te levar de vez pra longe de mim, e dessa vez para sempre

Não mais era como antes, que mesmo distante de mim, podia te observar de longe.... Te ver já me bastava, mesmo não mais reconhecendo ao que nos unia quando criança, mas meu coração nunca te esqueceu, aqui dentro de mim ainda existe a mesma criança, a mesma menina que corria junto a ti, que correspondia ao teu sorriso, só que sua alma hoje depois do acontecido se encontra um pouco apagada

Os olhos dessa menina que te espreitava, te admirava de longe, já não possui o mesmo brilho, o que resta são apenas resquícios do que um dia se encheram de alegria ao te ver correndo ao meu encontro

E de repente eu te encontro sem vida, sem nenhum sorriso no rosto, entre todas as feridas e algumas cicatrizes, sua alma fica quieta, a tão grosso modo que não consigo alcançá-la... Teu coração já não bate mais como o da criança que corria contra o vento, teu coração já nem bate mais... Te vi imóvel e nem mesmo consegui chorar, por não acreditar que quem estava ali era você, me deu um nó na garganta, o que eu pensava era apenas sumir dali, era acordar daquele pesadelo

Você em frente a mim, e eu sem nada puder fazer, fiquei paralisada, te olhava, te procurava, te chamava e era como se você correspondesse ao meu chamado, meu coração te sentia, minhas lembranças de criança contigo voltaram é como se passasse um filme em frente aos meus olhos.

Queria fugir dali, queria mostrar pra todos que eles estavam enganados, e que você estava fingindo como nas brincadeiras que quando crianças brincávamos. Tuas mãos estavam geladas, não sentia mais teu respirar, mas eu não queria acreditar e hoje mesmo com algum tempo, ainda não acredito. É como se continuasse o mesmo de antes, como se morássemos distantes, e que um dia vamos nos encontrar e dessa vez não mais deixar que o tempo nos afaste. Porque a criança, esta menina que te acompanhava nas brincadeiras, nas travessuras, ainda permanece em mim, talvez não seja a mesma, por causa de ti.... Porque me deixasse? Prometesses cuidar de mim.... Porque não cumpriste tuas promessas, eu cumpri parte de minha parte, talvez se eu tivesse cumprido tudo que tinha prometido, talvez você ainda estivesse ainda aqui comigo, como dois bons amigos, como dois irmãos de coração. E na falta de ti me tornei apenas o que sobrou de mim.

Marcila Almeida
Enviado por Marcila Almeida em 11/06/2013
Reeditado em 21/06/2013
Código do texto: T4336194
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