A palavra
Um vento breve, uma lágrima desfraldada,
um gemido prazeroso solto da minha boca ...
A saudade, a sede da palavra ...
Sinto a emoção no afago distanciado
Sinto o teu calor, a escorrer licor pastoso
no gargalo pranto da garganta.
E a palavra ausente e muda encontra na
brisa distraída a pressentida rota
e ao de leve, de mansinho, chega e me beija louca ...
E lá, no infinito negro da noite já branda
a palavra morde-me, aspira-me, suga-me...
A dor, essa, por momentos, estanca ... acalma!
A tua palavra ... sem palavra, afaga e beija a alma.
A alma, essa, reconhecida ... não chora ... canta, canta!