Abandono
. Abandono
. Marcos Moreno / Ibitinga
. A porteira estava aberta
. O que será que aconteceu ?
. Alguma coisa estava errada
. Será que alguém esqueceu ?
. Não avistei os animais
. Nem o touro Galileu
. Andei um pouquinho mais
. Até a casa do seu Mateus !
. Estava tudo abandonado
. Até o curral do gado
. A madeira apodreceu. !
. Caminhei até a baixada
. E fui na barranca do rio
. No lugar onde eu pescava
. Toda tarde com o meu tio
. Só tinha um leito de saudade
. Daquilo que ali existiu
. Não tinha uma gota d’agua
. O ribeirão também sumiu !
. Desculpe a minha franqueza
. Em meio àquela tristeza
. Mandei à puta que pariu.!
. Eu guardava na lembrança
. Tudo aquilo que eu vivi
. Eu mantinha a esperança
. De encontrar todo mundo ali
. Eu chorei como uma criança
. Com o abandono que eu vi
. Onde estão aquelas coisas
. E as pessoas que eu conheci
. Parece que houve uma guerra
. Abandonaram a nossa terra
. Sumiram todos dali .!
. Abandono
. Marcos Moreno / Ibitinga
( reeditada )
( * )
Quem é que não chora ao retornar à terra natal e se deparar com uma situação de abandono...
---------------------------------------------------------------------------------
Que tal: Na magrela do titio ( 20 )
---------------------------------------------------------------------------------