Inverno

Melancolia fria que abarca no porto de meus mistérios
Inverno de nostalgia congelando minha esperança de primavera...
ávido por silêncio, tranco portas e janelas...
Sozinho, distante de tudo e de todos, busco a paz que minh ’alma anela...

Caminho... A geada que me carregue...
Que o vento glacial destas horas baldadas no amor
seja o beijo da amante que me roube da insatisfação...
Onde estou e para o que estou? Livre-me, Deus, deste torpor!

Estação gélida engalanando meu espirito insatisfeito
Fazendo-me pensar no que não conheço
Perturbando meus sentidos, minhas certezas angariadas de ilusão!
Ah! Esta melancolia faz-me letargo em animado salão
Afunda-me em silêncio de duvidas
e a vontade é esconder-me longe da ignara multidão...

Onde dorme esta saudade desconhecida?
Donde vai, alma sôfrega e ambiciosa por conquista?
Por que choras esta latente angustia esquecida?

O espelho mostra uma face estranha
são amargos os sabores, vasca me causa o perfume das flores...
vivo descontento com o que não me é de saber
e esta nostalgia são garras em minhas entranhas...

Culpado inverno que não se contenta no sol que por ele esfriou
tem de fazer tremer também minh’ alma conturbada
na ânsia desesperada de saber quem sou...

Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 26/05/2013
Código do texto: T4310287
Classificação de conteúdo: seguro