Saudades anônimas

Tudo que amo está espalhado geograficamente

E, por outro lado se posta juntado, mas desordenado

Nas gavetas abertas de forma inquieta

Em espaços da mente

Esse kit elétrico de comportamento

Produz uns efeitos e fluxos no peito

Chocalha e trepida ao som das batidas

Que sofro na vida

Às vezes se acalma contido ao acaso

Em outras destampa meio que descontrolado

Clamando em saudades não especificadas

Reduz o que penso da vida a nada

E o que me consola nesses vãos momentos

É saber que essas crises são picos, eventos...

Que passam sangrando no leito vazado

Lentos flutuando num véu do passado

Lembram-me que o tempo é conceito abstrato

Que se desconhece se é ilusão ou fato

Só dói nas entranhas sem remédio à mão

Enquanto se emaranha por entre a solidão