A Tua Ausência
Aonde fora parar o calor dos teus abraços?
Talvez tenham ido acalentar outra pele...
Amainar o pungir com seu fogo imbele
De alma quebranta a penar em espinhos esparsos...
Fora, senão, buscar um sacrário que vele
Estes teus fúlgidos, castos laços...
E eu vivo te buscando, caminhando sem passos,
Buscando o calor de tua labareda imbele,
Sentado, na rama morta de saudade,
Olhando o poente lívido de tristeza
Que encerra as mágoas do fim da tarde.
Abraçando o perfume evanescente do arrebol
Aspirando teu carinho, sorvendo tua pureza,
Para depois se despedir da tua luz que se vai com sol...