Sentir Conhecido
Sentir conhecido e de gênero baldado...
Estremeço perante a imagem pálida de lembrança
que julguei esquecida entre tantas tramas...
Amotinado na opressora angustia deste revel ...
Volta “Ela” arrastando em chão enlameado seu branco véu
Me cobra a tão planejada viva hora dos amantes...
Lacerante grito e novamente o quarto escuro e a larga cama
novamente mercúrio sufocante – Deus! – minha angustia inflama!
Será favorável culpar os ares de inverno?
Suba alma ao teu céu promissor... Deixe estes lençóis marcados
lembra-te do sol e do seu calor...
Suba pelas cordas celestes que se estendem quando um arrependido ora
Jogue para fora o naco de carne impura que comestes sem perceber...
“Ela” é tão somente lembrança doente que dia após dia nasce a fim de morrer!
“Ela” é a saudade de uma noite sem luar, noite envenenada por gênios mortuários, que na neblina densa seus perfumes tendenciosos espirraram!
Apenas para que se perca o homem em sua gana e torne-se insurgente a luz alva e suave da única e pura verdade!