LEMBRANÇAS
LEMBRANÇAS.
Ah!...
Que saudades de minha infância distante,
Do cavalo de pau, descobrindo atalhos...
Quando a vida ainda não me despertava
Cruéis desventuras e janeiros grisalhos.
Franzinas veredas de piçarras brancas,
Por onde corria como os alados corcéis...
Aberta no peito minha camisa ao vento,
Macias lembranças com sabores de méis.
Meu rosto pintado de ilusões douradas,
Brilhos de sóis ... perfumadas primaveras,
Da profusão de cores que me encantavam,
Das aléias em flores de minhas quimeras.
Ah!..
Saudades que eu tenho das doces canções
Que mamãe trinava nas tardes macias...
Ao cair da noite em seu colo deitado
Contando estrelas... minhas fantasias.
Hoje distante, em meu mundo franzino;
Cárcere cercado de muros gigantes,
Escondo a feição pra não ser notado
Lembrando o passado...eras distantes.
Do livro poeira e Flor vol II