Sabiá Exilado

Eu nem sabia

Que o sabiá que cantava ali

Tinha sido preso

Por desacato a autoridade

E que tinha sido solto

Sobre fiança

E estava sob vigilância

A autoridade que o prendeu

Não suporta canto de pássaro

Com sabor de laranja

E o sabiá laranjeira

Não obedeceu

Cantou no dia que amanheceu

Naquela doce palmeira

Como se o dia fosse seu

Cantou como se o dia

Fosse um poema de Gonçalves

Dias

Como se o Brasil fosse de flores

E poesia

E só morrêssemos de saudade

Deste céu azul

Exilado do rouxinol uirapuru

Bem – te - vi uai pi e da nambu

Sem poder voltar

Pro meu sabiá

Que agora está proibido

De cantar.

Luiz Alfredo – poeta

luiefmm
Enviado por luiefmm em 15/05/2013
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