A ILHA DE MANUEL GONÇALVES
Atraente como um mistério, diziam os antigos,
A Ilha de Manuel Gonçalves, na foz do rio Açu.
Ninguém esqueceu que essa terra
Foi povoada de salineiros e pescadores,
Com ruas e capelinhas, festas
Votivas a N. S. da Conceição,
Amores, esperanças, comércios
E trabalho organizado.
Destruída, polegada a polegada
Pelas ondas do mar bravio,
Varrida pelas marés sizígia,
Mastigava e devorava lentamente.
Hoje os barcos passam onde se erguiam
A Ilha de Manuel Gonçalves.
E através das águas claras
Transparentes na luz tropical,
Vem-se as sombras dos escombros,
Dormindo no fundo azul do abismo.
Teve nome do sesmeiro
Que a possuía no século XVIII.
Diversa referencia especialmente oral,
Fixam reminiscências.
Foi o primeiro núcleo de concentração demográfica.
Quando começou a descer, assaltada pelas enchentes,
A população transferiu-se para um novo lugar,
Ainda deserto denominado Macau em 1797.