Tempos Passados

Infância que o tempo não trás

Lembranças que o tempo não vai apagar

Saudade de tempos atrás

Guardadas na memória, que jamais sairá

Que criança levada, alegre e arteira

Mandona, briguenta e imponente

Tirava o sono até de Dalva, a enfermeira

E não se cansava nem quando vinha o poente

Numa pacata cidade do interior

Vivia feliz com a sua família

Lá tinha carinho, tinha amor

E adorava bolo de baunilha

Feito com delicadeza e calor

Das mãos suaves e fofas

Com muito resplendor

Da sua avó Elzira!

Com Tia Iracema era um xodó

Um amor que tempo não destrói

Com ela parecia tudo melhor

Infância feliz que o tempo não corrói

Tia amada do meu coração

Quantos encontros e desencontros

Neste vasto mundão

Queria com um sopro

Te tirar da escuridão

Abrir os teus olhos, para este mundão!

Na escola, no jardim, na praça, no calçadão

Tudo era motivo de festa, tudo era burburinho

Sem falar na época de exposição

Que queria ficar o tempo todo no parquinho

Tempo, tempo, tempo... saudade que não desfaz

O mundo era visto de longe

Um medo que não existe mais!

Agora tem saudade?

Tem lembrança

E aquela bondade?

Hoje o tempo é desconfiança

Seria maldade?

Não. Seria semelhança

E qual a sua idade?

Já não sou nenhuma criança!

Mas me resta lealdade

Da minha doce infância

Minhas sutis conquistas, minha ingênua bondade

Quero mais audiência

Para seguir com agilidade

Paciência? Onde achaste?

Não sei... preciso encontrar

Segurar pelo caule, segura pela haste

E não deixá-la escapar

Lara Almeida
Enviado por Lara Almeida em 01/05/2013
Código do texto: T4268750
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.