CRUZ FINCADA JÁ MEIO INCLINADA

Era um caminho bem atalhador!

Paisagem sobre a mira dos olhos

Nada melhor do que uma bela viagem

Por esse mundo afora.

Em cada lance das estradas

Era mais um susto que se tornava

A verdadeira atenção

De uma enorme quilometragem já rodada.

O carro sobre efeito de velocidade

Fazia seu papel esperado

As paisagens ficavam para trás

Estáticas saudando outros que passavam

Seguia meio casmurro com meu pensar:

Muitas saudades das crianças e da minha amada

Que daquele cidade me distanciava

E naquele momento parecia mas retroagir.

Não sei se era o dia de ir ou vim:

Apenas me conspirava um desejo

De poder chegar ao destino

que anteriormente havia traçado.

O mais engraçado que sempre

Por ali já passei em noites chuvosas

E no sereno da madrugada cansado

As vezes parava para descansar.

Descansar para depois prosseguir

Afinal tinha uma carga para entregar

Era um uma obrigação que me facultava

De chegar e entregar no destino rotinado.

Já rompi diversas estradas e caminhos lamacentos

Cortei sertões afora

Levando o progresso ou passeando

No meu simples automovel.

Porém em um belo dia chamou-me a uma triste observação:

Foi ver na beira de uma estrada deserta

Aquela cruz fincada, carcomida, já meio inclinada

Que exclamava:Saudade de alguém que aqui morreu.

JOSÉ ANTONIO S. CRUZ

JOSÉ ANTONIO SILVA DA CRUZ
Enviado por JOSÉ ANTONIO SILVA DA CRUZ em 30/04/2013
Código do texto: T4266749
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