A breve Sofia
O horror ao extremo:
No sepulcro, um anjo pequeno.
Foi-se Sofia,
breve como o dia.
Ficou a dor que não passa
e a saudade que já grassa.
O sofrer que não acaba
e a vida que desaba.
Ficou Flávia. Passarinho miúdo, frágil.
Ficou a saudade em cada foto, em cada filme.
Na lágrima que pouco exprime.
Restou Flávia. Frágil e miúdo passarinho.
Restou inútil o sonhado ninho.
Restou o berço intocado
e o beijo que não foi dado.
Haverá alívio para essa melancolia?
Haverá consolo para essa agonia?
Fostes tão leve Sofia...
Este poema é dedicado à Flávia, que foi mãe por pouco tempo. Mas foi em toda plenitude.