Saudades da minha terra, saudades de mim.
Saudades da minha terra natal, uma saudade visceral eu diria, que nunca vai poder ser saciada.
Sinto uma imensa e estranha vontade de rever rostos conhecidos, de andar por lugares que me trazem lembranças das mais variadas épocas da minha vida. Queria pelo menos por um instante rever seus casarões, e sentir o cheiro que as ruas da minha infância e adolescência tinham.
Hoje me sinto deslocado, sem lugar no mundo, pois o lugar que vivo agora não me pertence, muito pouco sei sobre o seu passado, ou sobre a sua história, e do lugar em que nasci, já não sei mais nada pois tudo já é passado. O mundo girou e eu caminhei tanto que hoje já nem sei mais onde estou. Saudades de mim, saudades do que fui, saudades do que minha terra foi, saudades, saudades, saudades. Aquele menino correndo de riso solto pelas ruas ainda mora aqui dentro, mas talvez por medo dos caminhos que tomei ele se escondeu no meu peito, e sobrou esse pobre homem, forçado a crescer antes do tempo.