OBSERVANDO O LUAR
OBSERVANDO O LUAR
Recife/PE.
Vários rios tem a Cidade:
Tejipió, Capibaribe,
Pina, Jordão, Beberibe.
Se daqui eu fosse o alcaide,
Muitas gôndolas poria
Nos rios, com grande alegria.
“O luar é cor de prata”
(Diz o poeta, em serenata),
Em noite de lua cheia.
Porém, quando ela desponta,
É como um sol que se apronta,
Clareia o mar, noite e areia.
Da sacada avisto o mar
De águas verdes-esmeralda,
Com navios a flutuar.
Ultra-leves cortam o ar.
São sete e formam grinalda,
Como pássaros a voar.
Da beira do mar eu vi
A grande esfera vermelha,
No meio da escuridão.
Era a lua cheia que, ali,
Bela, redonda e parelha,
Surgia na imensidão.
“Uma lua cor de prata
Nos convida à serenata”.
(Diz uma velha canção).
Na voz de um seresteiro,
Belo moreno trigueiro,
E nas cordas de um violão.
Passarinhos fazem ninhos
Com galhos de rosmaninho,
Na varanda do “Sobrado”.
Vêm cantando alegrezinhos,
Voando bem de mansinho,
Trinando como um “dobrado’.
Escrita em Recife, 1990.
(Recordando Recife)